Psicologia reversa

Psicologia reversa, também conhecida como psicologia inversa, é uma técnica de persuasão para influenciar a decisão de alguém. Na prática é necessário agir de modo contrário às suas próprias intenções para confundir a pessoa-alvo. Isso faz com que ela faça exatamente aquilo que você deseja. Então, caso você queira um resultado positivo, basta dar sugestões negativas, e vice-versa.

O uso dessa estratégia é mais comum na publicidade, já que é necessário vender algo aos compradores. Com a estratégia correta, o resultado positivo é garantido.

Exemplos de psicologia reversa:

  • Um vendedor diz que um produto se esgotou (quando na verdade este produto ainda está em estoque), na expectativa que o cliente sinta que perdeu e implore por comprar.
  • Chico Buarque relata um caso de psicologia reversa que teve na adolescência. Seu pai, o famoso historiador Sérgio Buarque de Hollanda, lhe disse que Marcel Proust (escritor francês) era uma leitura muito difícil, que Chico não conseguiria ler. Na verdade, Sérgio queria que Chico lesse. Isso desafiou Chico Buarque a ler a obra de Proust e se formar como leitor.
  • Um filho está fazendo “birra”, a mãe demonstra não se incomodar. Na verdade, a mãe se incomoda, mas usa a psicologia reversa para fingir não se incomodar. É como se a mãe enviasse uma mensagem para a criança continuar. Como a intenção da criança é atingir a mãe, a criança interrompe a birra.

Mas funciona?

Se você já se perguntou se essa tal de psicologia reversa realmente funciona, saiba que é a resposta é: sim. Parte de um fenômeno psicológico chamado “reatância”, a psicologia reversa se fundamenta no fato de que seres humanos são motivados a proteger a própria liberdade.

Quando o Do Contra sentia que sua liberdade estava ameaçada, achando que alguém estava tirando dele a sua habilidade de fazer as próprias escolhas, o seu jeito de se defender era fazer o contrário e, dessa forma, mostrar que tinha o domínio sobre suas próprias decisões.

Saber disso é uma maneira de conseguir com que algumas pessoas façam determinadas coisas, e não há dúvidas de que quem mais usa dos artifícios da psicologia reversa são mães e pais. Quando usamos a psicologia reversa em uma pessoa, o que estamos fazendo é ameaçar a liberdade dela e, como ninguém gosta disso, o mais natural é que essa pessoa acabe escolhendo o exercício da própria liberdade.

Não funciona igual para todos.

É preciso levar em conta, logicamente, que a psicologia reversa funciona mais em pessoas sensíveis à reatância. Pessoas irritadas, teimosas e emotivas demais tendem a ser mais propensas à reatância, ou seja: com elas a psicologia reversa funciona melhor. Por outro lado, pessoas mais complacentes e agradáveis tendem a se abalar menos em questão de reatância. Em termos de gênero, sabe-se que homens são mais propensos do que mulheres a caírem em manipulações de psicologia reversa. Já com relação às crianças, que são as maiores “vítimas” da psicologia reversa, as faixas etárias mais suscetíveis são entre os 2 e os 4 anos, que é quando os pequenos são mais teimosos e rebeldes.

Atenção:

É importante reforçar que a psicologia reversa deve ser utilizada para fins positivos, como para extrair o melhor de uma pessoa, fazer uma criança comer legumes, um adolescente estudar, um trabalhador melhorar em suas atividades, etc. 

Psicólogos e estudiosos já afirmaram que a técnica é difícil de ser trabalhada, além de não conseguirem confirmar ainda se é realmente positivo seu uso contínuo. Por isso, é importante não utilizá-la levianamente e nem com frequência, mesmo que já esteja difundida entre nós. 

Resumão:

A psicologia reversa:

  • é uma técnica de persuasão difícil de ser trabalhada; 
  • é utilizada para conseguir que outra pessoa faça o contrário do que pretendia;
  • necessita que você aja de modo contrário ao que deseja, para influenciar a outra pessoa;
  • não pode ser aplicada como uma ordem, ameaça ou de maneira que prive a liberdade do outro;
  • funciona com sugestões, seja em forma afirmativa ou em forma de pergunta;
  • necessita que haja um estudo prévio sobre a pessoa-alvo;
  • deve ser utilizada para fins positivos.

Por hoje é isso pessoal, se vocês gostaram desse vídeo considere ver os outros e até a próxima!